Não há mais como negar aquilo que está na boca do povo que saiu às ruas no último domingo: o Partido dos Trabalhadores não tem qualquer legitimidade para governar o país. A população rejeita o PTismo e tudo aquilo que, nas palavras do ministro Celso de Mello, vem a reboque deste projeto criminoso de poder.
Para o cidadão de bem isso não é nenhuma novidade. Manifestar-se contra a prática de pilhagem do Estado é até uma reação natural de quem quer que reconheça os valores intrínsecos contidos em palavras como honra, virtude, dignidade e moralidade.
O mote dos protestos nunca foi, como alguns jornalistas-militantes tentam fazer crer, contra a corrupção, essa abstração inimputável, mas contra o total senso de normalidade de um partido totalitário. Que o povo diga basta à corrupção é apenas uma consequência de um problema infinitamente maior no qual ela orbita ao redor, mas jamais a causa primária da irritação com a bandidagem que tomou de assalto a máquina pública.
Assim, se houvesse um mínimo de honestidade intelectual a imprensa deveria pautar-se pelo compromisso com a verdade objetiva dos fatos ao invés de tentar reinterpretá-la a sua imagem e semelhança.
Apenas a título de amostragem do nível ao qual se rebaixou o jornalismo nacional chamo a atenção para a manchete da Folha de São Paulo de hoje, um dia após a cobertura das manifestações Brasil afora:
Corrupção foi principal motivação para paulistano
Só 13% dizem ter ido à Paulista pelo impeachment, mas 77% são a favor
Ora, se 77% é a favor do impeachment é óbvio e patente que a motivação mesma dos manifestantes é expressar a ilegitimidade de Dilma Rousseff na presidência. A desonestidade intelectual é tão exagerada que só fazendo chacota do que sobrou do jornalismo nacional.
Mentira Política 