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Opinião pública e desconversa política

A classe política é sensível à opinião pública. Com efeito, não veremos políticos profissionais arriscando-se a defender publicamente temas e/ou opiniões impopulares sob o risco de não se reelegerem na próxima eleição. Assim, é natural e até esperado que toda a ação política limite-se a uma janela de variações mais ou menos pautada pela opinião pública. A este recorte na escala do espectro político – variando entre maior ou menor grau de intervenção estatal nas relações sociais – e que corresponde ao consenso da opinião pública damos o nome de Janela de Overton.

Segundo a teoria de Joseph P. Overton as discussões na esfera política tendem a acompanhar a opinião pública por uma mera questão de sobrevivência partidária. No Brasil a balança do senso político pende para a direita, mas nem por isso os políticos se dobram à vontade da maioria. Isso porque após 21 anos de ditadura militar a esquerda dominou o cenário político de tal forma que não sobrou um só partido de direita que fizesse oposição ideológica de fato. Assim, se por um lado há um potencial latente depositado na massa de eleitorado sem ter quem a represente politicamente, por outro há representantes da população com bandeiras incompatíveis com o perfil do eleitor. Nestes termos o conflito da classe política com a opinião pública é inevitável.

Como a moral e os costumes conservadores não podem ser modificados em sua essência do dia para a noite a classe política acaba por atacar a opinião pública, forçando a Janela de Overton mover-se à esquerda. O assunto já foi tema de um artigo do jornalista Reinaldo Azevedo demonstrando como a opinião pública se desloca de um ponto para outro, ignorando o mérito da questão.

Esta percepção de margem de ação política é particularmente importante ao eleitor porque expõe o modus operandi de políticos profissionais. O caráter maquiavélico e manipulador está contido em pequenos atos, numa sutileza quase imperceptível ao observador não iniciado na Arte da Guerra Política.

Distorcer a concepção mesma de conceitos é a palavra chave aqui. Perverte-se o conceito em pauta na discussão pública para manobrar a sociedade de acordo com objetivos ocultos à primeira vista. E no jogo político são muitos os que se prestam a este papel sujo. Não por acaso este blog vem publicando uma série de artigos dedicados a denunciar a tentativa de acabar com a liberdade de expressão e limitar a atividade da imprensa. A lista completa dos artigos que tratam deste assunto está disponível ao fim deste artigo.

Talvez o exemplo que melhor traduz a tentativa de capitalizar sobre a opinião pública seja o pronunciamento presidencial que foi ao ar por ocasião das manifestações de 2013, um evento que ganhou projeção nacional e exigiu uma resposta do Palácio do Planalto ao que ficou conhecido como a “voz das ruas” e as “Jornadas de Junho”.

Vejamos como o malabarismo retórico se desenrola:

É desnecessário dizer que o povo foi às ruas para demonstrar a sua completa insatisfação com a ingerência do governo federal. No entanto, a opinião pública foi cooptada, tratada e manipulada de forma a catalisar toda a energia explosiva popular em dividendos políticos. O método para tanto consistia em:

  • Reinterpretar os protestos contra o governo como “força da democracia e o desejo de fazer o Brasil avançar”.
  • Justificar a ausência de uma agenda positiva opondo a ela “limitações de ordem políticas e econômicas”.

Em um só golpe o partido neutraliza a insatisfação popular e a recicla sob o signo de uma força motriz que pede um upgrade no padrão de qualidade nacional ao passo em que cola um rótulo de entrave burocrático em setores avessos à direção partidária. Que a corrupção generalizada e a completa incapacidade da gestão das contas públicas fosse responsabilidade exclusiva do atual governo era um mero detalhe que pôde ficar convenientemente de lado do debate público.

O Sr. Lula na ocasião também não deixou por menos e chegou a declarar em artigo assinado no New York Times que:

“As demonstrações de protesto são o resultado do sucesso social, econômico e político. […] É completamente natural que a juventude, especialmente aqueles que estão obtendo coisas que seus pais nunca tiveram, devam desejar ainda mais conquistas.”

Simplesmente não há palavras para descrever o cinismo deste canalha! Era absolutamente justo e compreensível que a população se revoltasse contra as obras da copa quando nenhum serviço público funciona adequadamente no Brasil. Que sucesso social, econômico e político é este, Sr. Lula?! Supor que toda uma população estivesse fingindo e que o único capaz de perceber o contrário fosse o ex-presidente seria inverter a ordem natural da percepção cognitiva e, por assim dizer, invalidar toda a noção da ciência psicológica. Não sendo o Sr. Luiz Inácio da Silva um louco resta-lhe o epíteto de desonesto intelectual.

Creio que neste ponto da argumentação a noção de deslocar o eixo do debate para mover a Janela de Overton para além dos limites da opinião pública já esteja claro o suficiente para os leitores. Deste modo podemos voltar nossa atenção para assuntos atuais: a insistência do PT e suas linhas auxiliares em censurar a mídia.

Durante as comemorações dos 35 anos do Partido dos Trabalhadores a presidente Dilma Rousseff declarou que:

“É preciso reagir aos boatos e travar a batalha da comunicação. Não podemos permitir que a falsa versão se firme. Nós temos que levar a nossa versão à opinião pública e dar exemplos.”

Ainda no mesmo evento o Sr. Rui Falcão, presidente nacional do partido declarou acerca do envolvimento de altos dirigentes do PT com o escândalo do Petrolão:

“Trata-se de uma tentativa de criminalização, uma coisa induzida, que vem sendo feita há muito tempo, com interesse de criminalizar o PT e os nossos dirigentes.”

Ou seja, para a mentalidade revolucionária apontar fatos que denotem corrupção sistêmica é uma tentativa ilegítima, segundo eles, de criminalizar o partido e, portanto, digna de iniciar uma batalha no campo da comunicação.

A coisa é tão psicótica que o PT chegou a editar uma cartilha de como se livrar de repórteres inoportunos! Adeus a transparência, pressuposto básico de toda civilização democrática. Em nome de uma agenda política o PT sugere que o acesso à informação seja cerceado para salvaguardar a imagem ética do partido.

Quando não se pode mais esconder a real face do partido é preciso mudar de estratégia e silenciar quem ouse apontar o óbvio: o PT é uma entidade criminosa forjada com o único propósito de pilhar o país.

Assim, é importante que em toda discussão pública o eleitor esteja atento ao mérito da questão. Que o mesmo seja dado ciência a todo cidadão: se o que está em debate não diz respeito ao assunto propriamente dito pode desconfiar de manipulação com fins políticos. Isto vale para o debate em torno da “Democratização dos Meios de Comunicação”. Por traz de um fundo republicano esconde-se uma ação nefasta de controle social. Para que a democracia prevaleça basta que ninguém interfira na atividade de imprensa, muito menos o governo.

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Nota:

Os artigos que expõem as formas sutis de barrar a atividade independente da imprensa sob máscaras de democráticas são:

Suavizando a demanda de censura da mídia

Com a ameaça do escândalo do Petrolão batendo à porta do Palácio do Planalto a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para presidente da Câmara dos Deputados no último domingo pode ser considerada uma derrota política do PT, que disputava o comando da casa legislativa com o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). Em um momento em que a presidente está isolada politicamente nada mais desolador do que entregar o controle da Câmara a um candidato que demonstra ter alguma independência da sigla, apesar da aliança entre PT-PMDB.

Essa derrota deu início a um processo de autocrítica dentro do partido expondo o caráter totalitário do PT. Não basta concorrer democraticamente, sabendo conviver com opiniões adversas e alternância de poder, é preciso ter o controle hegemônico dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário bem como de toda a mídia.

Vejam o que o filósofo Emir Sader, intelectual ligado ao PT, escreveu como justificativa à derrota política de Chinaglia no artigo intitulado Crônica de uma derrota anunciada:

“O clima histérico criado contra o PT, a Dilma, a esquerda, levou ao isolamento político, resultado de muitos erros, mas antes de tudo o de não haver avançado na democratização dos meios de comunicação, o que permitiu a campanha de ódio e o aprofundamento da criminalização da imagem do PT. (…) Política é a arte da construção de hegemonia. O verdadeiro nome da governabilidade é hegemonia. Esse objetivo tem que ser o norte do governo, do PT, da esquerda, se querem consolidar e avançar decisivamente, de forma irreversível no extraordinário processo de democratização social, econômica, política e cultural apenas iniciado. Não é mais possível seguir governando empiricamente, de conjuntura em conjuntura, sem uma visão estratégica do que se quer – que tipo de sociedade, que tipo de Estado, que tipo de Brasil.”
(grifos meus)

Ora, a definição mesma de hegemonia é incompatível com o conceito de democracia. Quem quer que peça por “democratização dos meios de comunicação” não pode pedir ao mesmo tempo por “hegemonia partidária”. Ou se respeita o contraditório ou se advoga por totalitarismo. Não dá para defender as duas coisas ao mesmo tempo, simples assim.

A julgar pela reação do partido à crítica é de se esperar que haja um esforço gigantesco para aprovar a lei de controle sutil da mídia, sob o ardil de “democratização dos meios de comunicação”.

É imperativo frisar que ainda que essas discussões se deem na esfera federal nada acontece no país que não tenha como caixa de ressonância a política local. Todos os partidos, sem exceção, fomentam localmente as diretrizes do diretório nacional. Aquilo que vem como uma determinação dos caciques partidários retorna em coro emulando ares de legitimidade, respaldado no suposto apoio da população local. Que este apoio popular local efetivamente exista já é outra história, mas nossos vereadores sempre irão colocar as ideias da alta cúpula do poder em circulação, em uma demonstração de servilismo e obediência ao partido.

Deste modo, não se combate esse tipo de censura apenas no âmbito federal. É urgente identificar e anular as forças locais que advogam em nome deste projeto criminoso de poder, expondo os agentes da ação política como aquilo que verdadeiramente são: gente intelectualmente desonesta.

No município de Campinas essa demanda por censura da mídia pôde ser mapeada em pelo menos dois vereadores. (Certamente esse número não fica só nisso, virtualmente todos os membros do PT, PSOL, PCdoB, PSTU, PCO aderem à causa).

A rotina de vender a censura de mídia como algo republicano é vergonhosamente defendida pelos vereadores Pedro Tourinho (PT) e Thiago Ferrari (PTB).

É claro que nenhum dos dois vereadores fala abertamente em censurar a atividade da imprensa, mas fazem uso de formas mais sofisticadas de defender tal imoralidade.

Enquanto Pedro Tourinho engendra pelo expediente do assassinato de reputações Thiago Ferrari defende que é preciso combater o ódio por meio de “campanhas de esclarecimento e disseminar ações afirmativas”.

Na prática, o que ambos querem é forçar o cidadão a se calar e aceitar o cenário político, seja pela via judicial, seja por um Estado policial de vigilância permanente da população. (Aos que não conhecem a obra de George Orwell, recomendo a leitura do clássico “1984”. O pesadelo de uma sociedade controlada pelo Estado com poderes de vigiar a vida privada já existe e é usado contra o cidadão!)

Nunca é demais relembrar o desonroso caso em que o vereador Thiago Ferrari entende como expressão máxima da normalidade que vândalos depredem a sede de um grupo de mídia enquanto um alto membro do PT diz, em rede nacional, que é legítimo tal ação porque a opinião que a revista em questão expressa é um lixo (ver detalhes aqui e aqui).

Mais ainda, segundo o vereador Thiago Ferrari não há no Brasil qualquer tentativa de censura da atividade de imprensa (ver comentário do mesmo aqui). Nada pode ser mais falso do que isso. Se houvesse um mínimo de honestidade nessa declaração Ferrari teria que admitir que a censura ocorre por vias indiretas, como denunciado no artigo Petrobras, BB e Caixa lideram gastos de publicidade para mídia alternativa do jornalista Fernando Rodrigues.

Em nome da liberdade de expressão é preciso que o cidadão de bem confronte e pressione os políticos que advogam por mais presença do Estado na vida privada, e isso começa desmascarando quem pede por “democratização dos meios de comunicação”.

Conselho ao vereador Thiago Ferrari

Se é verdade que todo poder emana do povo e que, os políticos, por assim dizer, são a representação mesma da vontade popular, então, de tempo em tempo, é preciso lembrá-los dessa conexão que liga o cidadão comum às altas esfera do poder.

Exercer pressão popular é um direito e dever de todo cidadão que não se enxerga representado pela classe política. Assim, aproveito o ensejo para dar um conselho ao vereador Thiago Ferrari que recentemente defendeu que é preciso combater o ódio por meio de “campanhas de esclarecimento e disseminar ações afirmativas”.

Caro vereador, não se combate o ódio atribuindo a culpa à abstrações como a sociedade de uma forma generalizada e esvaziada de sentido. A fim de responsabilizar a autoria de crimes de ódio é preciso identificar indivíduos, pessoas reais e que não podem se esconder sob o manto protetor da coletividade.

Dois exemplos são igualmente ilustrativos para a sua proposta de acabar com a disseminação de preconceitos no seio social.

O primeiro deles diz respeito a uma bandeira muito badalada hoje em dia: o combate à homofobia. Sem mais delongas, o flagrante deste delito é apresentado abaixo.

Edu_Goldenberg

Sendo o cantor Ney Matogrosso um crítico do governo PTista duvido muito que a militância LGBT (que mantém uma relação fisiológica com partidos de esquerda) irá processar o senhor Eduardo Goldenberg por crime de ódio e preconceito.

No entanto, se o foro da comarca do Rio de Janeiro (cidade aonde mora Goldenberg) não lhe for de fácil acesso sugiro que o nobre vereador exerça o seu dever cívico aqui mesmo em Campinas, local em que o segundo delito foi cometido.

O segundo caso tem como protagonista de crime contra a honra um conhecido seu, o também vereador Pedro Tourinho (PT). No ano passado o vereador-militante Pedro Tourinho usou de recursos públicos municipais para caluniar e difamar o deputado federal Jair Bolsonaro, sugerindo que ele é um estuprador de mulheres.

O flagrante deste delito, que tem coautoria dos vereadores Carlão do PT e Paulo Bufalo (PSOL) foi lavrado na moção 161/2014, cuja consequência política já foi debatida em outra oportunidade.

Espero que tais casos contribuam para que o senhor trate do tema sob outra perspectiva. Reitero que, caso o nobre vereador queira dar visibilidade das ações tomadas contra os flagrantes delitos aqui apresentados, este blog compromete-se em divulgar com transparência as medidas pelo senhor adotadas.

O relativismo moral PTista

O vereador Pedro Tourinho (PT) pode não ter lido Maquiavel, mas certamente segue a agenda do Novo Príncipe, o seu partido.

Em artigos anteriores o relativismo moral do vereador-militante Pedro Tourinho foi devassado, mas nada consegue ser tão baixo quanto o presente episódio de proporções maquiavélicas.

No fim do ano passado o vereador Pedro Tourinho mais uma vez uso indevido do seu cargo (que deveria servir exclusivamente à população de Campinas) para fazer militância política. O desprezo pela coisa pública é tamanho que o nobre vereador não hesitou em apresentar a moção 161/2014 que, pasmem, “Protesta contra o Deputado Federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), pela violência dirigida à Deputada Federal Maria do Rosário (PT-RS)”.

Ao apresentar tal moção Pedro Tourinho tenta vender a imagem de vítima de sua companheira de partido Maria do Rosário, sem, no entanto, dar a dimensão cronológica dos fatos. A gritaria em torno do episódio encobre um crime anterior de difamação (Art. 138 do Código Penal) cometido justamente pela PTista.

Em 2003 ocorreu um bate boca entre os deputados Jair Bolsonaro e Maria do Rosário em que ela o acusava de ser um estuprador justamente por… apresentar projeto de lei que endureciam as penas para os estupradores! Em resposta à provocação de Maria do Rosário (que é contrária a punição mais severa) Jair Bolsonaro disse que não era estuprador, mas que se o fosse não a estupraria porque ela não merecia.

O vídeo da grosseria mútua pode ser conferido aqui.

Se existe alguma vítima aqui esta é quem foi chamado de estuprador sem que as devidas provas fossem apresentadas. Trata-se, portanto, de um crime que atenta contra a honra, mas exigir do vereador-militante Pedro Tourinho tal distinção dos fatos seria negar-lhe a própria natureza PTista.

Para complicar ainda mais a questão é necessário questionar o vereador-militante o porquê é ofensivo quando Jair Bolsonaro diz “você não merece ser estuprada” se o mesmo não é considerado ofensivo quando a jornalista Nana Queiroz lança a campanha “eu não mereço ser estuprada”.

Mais ainda, quando o filósofo Paulo Ghiraldelli defendeu “MEUS VOTOS PARA 2014: que a Rachel Sherazedo [SIC] seja estuprada” não houve qualquer movimento de repúdio vindo de Pedro Tourinho. Muito pelo contrário, ele ainda apresentou uma moção acusando-a de incitar a violência! Essa excrescência política foi dissecada aqui.

Desde logo fica claro o duplo padrão de moralidade do vereador-militante Pedro Tourinho. Assim, fica evidente que Tourinho não está a serviço do povo de Campinas, mas atende aos interesses do seu partido, o Novo Príncipe, e a prova maior disso pode ser encontrada na obra de Maquiavel.

“Donde pode-se tirar uma regra geral que jamais ou raramente falha: aquele que promove o poder de um outro perde o seu, pois tanto a astúcia quanto a força com as quais fora ele conquistado parecerão suspeitas aos olhos do novo poderoso.”

Nicoló di Bernardo dei Machiavelli, O Príncipe, trad. Antonio Caruccio-Caporale, L&PM, 2011 p. 19

“Portanto, não pode nem deve um soberano prudente cumprir as suas promessas quando um tal cumprimento ameaça voltar-se contra ele e quando se diluem as próprias razões que o levaram a prometer.”

Nicoló di Bernardo dei Machiavelli, O Príncipe, trad. Antonio Caruccio-Caporale, L&PM, 2011 p. 86

É por isso que jamais veremos Pedro Tourinho confessando que Jair Bolsonaro é a real vítima de uma calúnia monstruosa. Reconhecer o valor moral de Bolsonaro é diminuir o poder do partido em exercício.

“…a natureza dos povos é mutável, e, se é fácil persuadi-los de algo, é difícil perpetuá-los nesta persuasão. Eis a razão da conveniência em instaurar-se uma ordem tal que, ao serem estes povos tomados pela descrença, possa-se fazê-los crer à força.”

Nicoló di Bernardo dei Machiavelli, O Príncipe, trad. Antonio Caruccio-Caporale, L&PM, 2011 p. 29

A orientação do partido não poderia ser mais clara. Se alguém ousa apontar responsabilidades em relações espúrias a resposta virá pela censura.

Lembremos que no momento está em discussão a “democratização dos meios de comunicação”, um eufemismo para censura via controle financeiro (conferir o engodo aqui).

“…os príncipes que mais se destacaram pouco se preocuparam em honrar as suas promessas; que, além disso, eles souberam, com astúcia, ludibriar a opinião pública; e que, por fim, ainda lograram vantagens sobre aqueles que basearam as suas condutas na lealdade.”

Nicoló di Bernardo dei Machiavelli, O Príncipe, trad. Antonio Caruccio-Caporale, L&PM, 2011 p. 85

Ora, políticos falam por meio de símbolos, imagens estas que evocam medo ou esperança e, ao vender o projeto como democratização dos meios de comunicação o governo sub-comunica ao eleitorado que ele mesmo é um legítimo representante da ordem republicana, bastando ao opositor o signo de totalitário, fascista, nazista etc. O embuste consiste justamente em chamar de democratização aquilo que não passa de censura sutil. Se o exemplo ainda não está suficientemente claro lembro aos leitores deste blog que a revista Veja teve seus anúncios estatais cancelados após denúncia de que Lula e Dilma sabiam dos desvios na Petrobrás e, antes disso, a jornalista Rachel Sheherazade foi proibida de emitir seus comentários sob pena do SBT ter os anúncios estatais retirados de circulação.

Diante do exposto o eleitor pode estar se perguntando se o vereador-militante não estaria muito aquém de suas atribuições. Ao invés de legislar para o bem da cidade ocupa-se de questões menores que interessam ao partido, apenas.

Tal afirmação seria particularmente verdadeira se raciocinássemos aristotelicamente, com foco em lógica, ética e respeito à oposição de idéias. Ocorre que Pedro Tourinho filiou-se ao PT justamente por não comprometer-se com os seus afazeres, mas por subverter a ordem em benefício do Novo Príncipe.

“Ora, um homem que de profissão queira fazer-se permanentemente bom não poderá evitar a sua ruína, cercado de tantos que bons não são. Assim, é necessário a um príncipe que deseja manter-se príncipe aprender a não usar [apenas] a bondade, praticando-a ou não de acordo com as injunções.”

Nicoló di Bernardo dei Machiavelli, O Príncipe, trad. Antonio Caruccio-Caporale, L&PM, 2011 p. 75

“A um príncipe, portanto, não é necessário que de fato possua todas as sobreditas qualidades; é necessário, porém, e muito, que ele pareça possui-las. (…) Por isso, será preciso que ele possua uma natural disposição para transmudar-se segundo o exijam os cambiantes ventos da fortuna e das circunstâncias, e, como eu dizia acima, que, havendo a possibilidade, ele não se aparte do bem, mas que, havendo a necessidade, saiba valer-se do mal.”

Nicoló di Bernardo dei Machiavelli, O Príncipe, trad. Antonio Caruccio-Caporale, L&PM, 2011 p. 87

Neste sentido o vereador-militante é extremamente competente no que faz. Com fala mansa e discurso inclusivo passa por aquilo que ele mesmo não é em essência:  um defensor da moralidade. Seu relativismo moral valida as teses do partido e oferece uma aura de renovação ao que está profundamente corrompido.

“Cada qual vê o que pareces ser; poucos têm o sentimento daquilo que de fato és; e estes poucos não ousam contrapor-se à opinião dos muitos, que contam, em sua defesa, com a majestade do Estado. (…) Em sendo assim, o príncipe deve fazer por onde alcançar e sustentar o seu poder: os meios serão sempre julgados honrosos e por todos elogiados, e isto porque apenas às suas aparências e às suas consequências ater-se-á o vulgo, este vulgo cuja presença é predominante no mundo.”

Nicoló di Bernardo dei Machiavelli, O Príncipe, trad. Antonio Caruccio-Caporale, L&PM, 2011 p. 88

Para que a fraude fosse completa a moção do vereador Pedro Tourinho não poderia ser mais ilustrativa se o conteúdo não fosse uma cópia de artigo veiculado pelo próprio partido no que concerne às mulheres.

“E considero o seguinte: que mais vale ser impetuoso que circunspecto, pois que a fortuna é mulher, e, para mantê-la submissa, é preciso batê-la e maltratá-la [sic]. Notamos que ela deixa-se melhor dominar por quem assim procede do que pelos que se portam com frialdade. Por esse motivo, como é mulher, ela é sempre amiga dos jovens: estes são menos judiciosos, mais aguerridos e mais audazes ao comandá-la.”

Nicoló di Bernardo dei Machiavelli, O Príncipe, trad. Antonio Caruccio-Caporale, L&PM, 2011 p. 124

Em tempo: endossam a moção os vereadores Carlão do PT e Paulo Bufalo (PSOL).

Sobre idéias e consequências

Que isso sirva de lição aos eleitores: as idéias têm consequências. Ao depositar um voto de confiança em um político não se deve jamais avalia-lo usando como critério de seleção o seu plano de governo. Propostas eleitorais são rasgadas tão logo o político é empossado. Assim, o que verdadeiramente importa é aquilo que ele professa no dia-a-dia. O exemplo a seguir é emblemático e espero que contribua para consciência cívica do eleitor.

Recentemente o vereador Thiago Ferrari assinou um artigo intitulado “O gigante acordou” em que ele afirma que o Brasil é um país preconceituoso, separatista, xenófobo, racista e que é preciso combater o ódio por meio de “campanhas de esclarecimento e disseminar ações afirmativas”.

Pois bem, a sincronia entre o discurso adotada pelo vereador Thiago Ferrari e o discurso oficial difundido pelo Partido dos Trabalhadores é tamanho que, ora vejam só, no prazo de apenas poucas semanas o que era uma simples idéia inofensiva materializou-se em política de Estado com um potencial de transforma-se em uma verdadeira Stasi a serviço do PT.

O governo federal anunciou que irá mapear os crimes de ódio na internet. Era o que faltava ao PT, o controle sobre aqueles que ousam chamar as coisas pelo seu devido nome. Se você fala que o partido é uma organização criminosa é logo identificado como um estimulador do ódio e responde um processo, a exemplo do que ocorreu com o senador Aécio Neves.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira, declarou no lançamento do programa que irá monitorar e mapear crimes contra os direitos humanos nas mídias sociais que “Não podemos permitir que o que a internet representa hoje para nós seja desvirtuado de modo a causar violência, sofrimento e divisões” . Ora, a única divisão que existe hoje é entre PTistas e anti-PTistas, sem qualquer pretensão de querer rachar o país. Não se enganem, a luta que empreendem é sobre o controle do único ambiente ainda livre por aqui: a internet.

Em suma, o que essa gente de discurso conciliador defende é o monopólio das esferas de poder. Não contentes em ter o controle hegemônico da mídia, do sistema judiciário, do legislativo e ao que tudo indica longe de perder a soberania do executivo ainda querem controle absoluto sobre quem faz apologia do ódio. Nada mais patológico para quem construiu sua base eleitoral fundado em ideologias marxistas de ódio de classes e divisões artificiais da sociedade que compreendem variantes dessa mesma fórmula como a oposição de mulheres contra homens, filhos contra pais, homossexuais contra heterossexuais, sem terra contra produtores rurais, negros contra brancos, não cristãos contra cristãos, gordos contra magros etc, etc, etc. Essa lista pode estender-se ao infinito, basta identificar uma oportunidade de incitar o conflito e a divisão artificial da sociedade está criada.

Ao vereador Thiago Ferrari foi concedido o benefício da dúvida ao responder o meu artigo anterior “Sensibilidade Seletiva” (veja a réplica dele aqui). Ao rebater sua resposta questionei-o quanto ao controle efetivo de criminalização da oposição, apontamento que jamais foi respondido.

Sabemos o que ele pensa sobre o trabalho da imprensa, basta agora calar você, eleitor que não concorda com os abusos desse “projeto criminoso de poder”, nas palavras do ministro Celso de Melo.

E por falar em abuso, o endosso moral do vereador Thiago Ferrari ao combate dessas formas dissonantes de manifestação pode ser traduzida na truculência da polícia do senado ao retirar à força das galerias do Congresso Nacional a aposentada Ruth Gomes de Sá de 79 anos na sessão que votava a lei do calote.

Como disse no início desse artigo idéias têm consequências e o vereador Thiago Ferrari assume responsabilidade intelectual por essa cena.

Violência como método revolucionário

O Partido dos Trabalhadores é um grupo criminoso capaz de fazer orbitar em torno de si gente com mentalidade psicopata. Não é por acaso que em um debate organizado pela TV Cultura durante a apuração dos votos que definiu o quarto mandato PTista na Presidência da República o coordenador da campanha do PT ao governo do estado de São Paulo, Paulo Frateschi, deu o tom do que será viver sob o jugo PTista. A todos os que ousarem se opuser ao projeto de poder do partido um recado: a resposta revolucionária virá pelo uso da força.

O recrudescimento da violência não é só certo como inevitável. O fisiologismo do PT com grupos criminosos está no DNA do partido bem como na rede de colaboradores que compõem a sua linha auxiliar, a saber, os partidos de extrema-esquerda PSOL, PSTU e PCdoB.

Black Blocs, Movimento Passe Livre, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) entre outros são apenas alguns grupos que são mobilizados pelo PT sempre que é necessário criar alguma agitação política. O exemplo mais recente foi o apoio de João Pedro Stedile, líder do MST, que ameaçou fazer protestos diários se Dilma não ganhasse as eleições.

Não por acaso a própria presidente Dilma Rousseff, com uma canetada, tentou criar a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação Social (SNPS) o que, na prática, constitui uma mudança de regime por decreto. É o golpe dentro da democracia. Para o PT a sociedade restringe-se a grupos subvencionados pelo próprio partido.

Durante o programa da TV Cultura Paulo Frateschi anuncia que “As forças democráticas no país conseguiram uma grande vitória com Dilma.” Mais adiante, descobrimos que tais forças democráticas nada mais são do que o braço armado do partido. Transcrevo a seguir um trecho gravíssimo em que um dirigente do PT alega ser natural transgredir toda a ordem democrática se isso for feito em benefício do partido, é claro.

(11:28) Paulo Frateschi: “Por que é que essa juventude [referindo-se a União da Juventude Socialista, grupo historicamente aliado ao PT] jogou lixo na Veja [sede da Editora Abril]? É porque eles consideram a revista Veja um lixo. É direito deles!”

(11:35) Marco Antonio Villa: “Isso é um ato ditatorial fascista. Isso é ato fascista feito pelo PCdoB que tenta invadir, agredir funcionários.”

(11:50) Paulo Frateschi: “Villa, nós estamos em uma empresa estatal. Não precisa defender quatro, cinco famílias que hoje são a elite da imprensa. Não faça isso. É democracia! Jogou lixo na porta para dizer o seguinte: vocês são um lixo! E eles são o lixo da imprensa.”

Não há limites para a imoralidade dessa gente. Basta o partido julgar que a publicação é um lixo para autorizar o dano ao patrimônio privado, a difamação, a guerrilha urbana e o terrorismo eleitoral. Assim, desde logo ficam criados dois códigos penais: um para os aliados do partido e outro para os detratores de la Patria Grande, como gostam de chamar os companheiros Fidel Castro, Evo Morales, Cristina Kirchner e Nicolás Maduro.

Kirchner

Outro exemplo a ilustrar que a declaração de Paulo Frateschi não é um caso isolado veio do ex-ministro dos esportes Orlando Silva (PCdoB):

Orlando Silva

Para Orlando Silva um bando de arruaceiros vandalizando a sede de uma empresa e ameaçando alguns poucos funcionários (sempre é bom lembrar, trabalhadores que este partido tanto se honra em defender) é considerado um ato de coragem! Mais ainda, Orlando Silva intencionalmente usa o termo denúncia para ocultar os crimes praticados pela União da Juventude Socialista. É a novilíngua de 1984, obra magistral de George Orwell em que, por meio do controle sobre a linguagem, o governo seria capaz de controlar o pensamento das pessoas, impedindo que ideias indesejáveis viessem a surgir.

É evidente que não se trata de equívoco no uso das palavras, mas da manipulação vil de uma classe política de psicopatas. O tema já foi explorado por esse blog nos artigos Patocracia e Histeria.

Com o sistema judiciário totalmente aparelhado evitando até mesmo impugnar a candidatura do PT por uma sucessão de fraudes duas coisas são certas: Primeiro, o PT não pode mais ser removido do poder pela via eleitoral. Segundo, o partido que fomenta o banditismo usará a onda crescente de violência para sufocar seus opositores.

Tirando o voto do armário

Na reta final das eleições majoritárias a homofobia aparece como tema central de tensões nos confrontos políticos, principalmente dentre aqueles partidos que gostariam de ser maiores do que efetivamente a atenção que o eleitorado devota a eles permite. No entanto, o cerne da questão parece passar desapercebido do horizonte do debate público: a vida privada de cada cidadão não é (ou ao menos não deveria ser) um assunto de Estado.

A constituição de 1988 já assegura a inviolabilidade da intimidade das pessoas (Art. 5, inc. X) e, desde que se respeite o princípio de mútuo consentimento entre as partes, a ninguém é dada a prerrogativa de interferir na vida sexual alheia.

Quando o Estado se arroga o direito de regular as relações íntimas ele está falhando com as suas atribuições. Ao Estado cabe tratar de assuntos de interesse coletivo como segurança pública, saúde, educação, transporte, infraestrutura, economia, relações internacionais, previdência social e etc deixando que os casais homoafetivos decidam como irão resguardar o espólio de uma vida construída em conjunto.

A bandeira da união civil homossexual é legítima e deve ser tratada como aquilo que é: uma segurança jurídica, um amparo legal, uma garantia de que o relacionamento que existe na prática guarde correspondência com a representação oficial dos bens em comum.

Assim, quando um chefe de Estado discute em termos de regular as relações íntimas, independentemente de sua posição, seja ela pró ou contra, este está invertendo a lógica entre a esfera pública e privada.

Mas se essa não é uma questão de primeira ordem no debate presidencial por que então os candidatos dedicam tanta atenção ao tema? Para responder a essa questão é necessário observar o que o próprio movimento LGBT tem a dizer a respeito da homofobia.

Segundo o último relatório de assassinatos de homossexuais no Brasil divulgado pelo Grupo Gay da Bahia, ONG que desde os anos 80 faz esse tipo de levantamento, em 2012 foram assassinados 338 homossexuais. Neste mesmo ano, foram registrados 50.108 homicídios em todo o país. Assim, os assassinatos de homossexuais perfazem algo em torno de 0,7% dos homicídios em todo o território nacional.

De acordo com o próprio fundador do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott, em entrevista concedida em Janeiro de 2001 ao Jornal da UNICAMP, cerca de 10% da população brasileira é constituída de homossexuais.

Supondo que a distribuição de 90% hetero e 10% bi/homossexual esteja correta (pessoalmente creio que a parcela de gays é ainda menor) seria esperado que pelo menos 5 mil homossexuais tivessem morrido assassinados de acordo com os números – lembrando que para efeitos estatísticos estamos assumindo que os assassinatos ocorressem de forma igualitária entre hetero e homossexuais.

Neste ponto temos um problema porque a conta não fecha: ou os 10% estão inflados ou a tese mesma da perseguição contra homossexuais não se sustenta. Qualquer que seja o caso estamos diante de uma fraude intelectual orquestrada por movimentos LGBT.

Para agravar a situação apenas 5% dos homicídios são solucionados no Brasil. Sendo muito generoso com a tese de perseguição aos homossexuais vou conceder o benefício da dúvida e considerar que para todos os 338 homicídios os casos foram devidamente investigados, os assassinos foram identificados e que estes confessaram a motivação do crime como sendo homofóbia (algo que sabemos ser inverossímil). Mesmo assim, os números que teríamos seriam 338 assassinatos de homossexuais de um universo de 2.506 de casos elucidados, ou seja, um índice de 13,5%, ainda na faixa dos 10%, aproximadamente, da população que compõe o total de gays na sociedade.

Ora, para configurar perseguição generalizada contra qualquer grupo específico os números teriam necessariamente que indicar uma razão de homicídios significativamente superior ao próprio porcentual de composição desse dado grupo.

Aplicando a lógica deste movimento LGBT a chance de ser assassinado no Brasil se você for homossexual é de 0,7% enquanto que a chance de ser assassinado se você for heterossexual é de 99,3% de onde se conclui que: é mais seguro ser gay do que ser heterossexual!

É claro que essa afirmação é absurda e não contempla as injustiças que homossexuais sofrem no Brasil. No entanto, homossexuais antes mesmo de serem vítimas de homofóbicos, são vítimas da desonestidade de ONGs LGBTs que, sob o pretexto da alegada defesa dos gays acabam por utilizá-los como massa de manobra para fins próprios.

Apenas para ilustrar a questão e mostrar o contraponto, o blog Contra a discriminação por orientação sexual é um exemplo de trabalho dedicado a mesma causa que o Grupo Gay da Bahia, porém apresentando uma abordagem intelectualmente honesta e transparente aonde os dados sobre homicídios estão abertos e podem ser auditados por qualquer um.

Sugiro que os leitores deste blog comparem o relatório apresentado por um grupo e por outro para tirar suas próprias conclusões a respeito.

Agora um ponto para reflexão, qual abordagem parece ganhar maior apelo da mídia? Creio que isso já basta para responder o porquê de presidenciáveis se exporem tanto ao tratar de um tema que sequer é uma prerrogativa presidencial.

Em síntese, o encadeamento de ideias obedece ao seguinte silogismo:

  • Se a vida sexual dos cidadãos não é um assunto de Estado, sendo, inclusive, preservada constitucionalmente a inviolabilidade da intimidade de todos
  • E os números que deveriam demonstrar homofobia não comprovam a tese de militantes LGBT de que de fato haveria perseguição aos gays
  • Logo, a argumentação utilizada em defesa desta minoria transforma uma falsa perseguição em um valioso ativo político.

Neste sentido, movimentos LGBT adquirem apelo social funcionando como extensões de partidos políticos. Enquanto as ONGs emprestam a bandeira em defesa das minorias os partidos aproveitam para cooptar maior base de apoio em um público artificialmente criado.

Falar em criação de leis que punam a homofobia é, no mínimo, contraditório. Homicídio é crime previsto no código penal, independentemente se praticado contra homossexual ou heterossexual. Lesão corporal e preconceito, idem. Assim, a integridade física e moral de homossexuais já está garantida pela lei pelo princípio de isonomia (em que todos são iguais perante a lei), bastando, apenas, tratar da preservação do patrimônio em caso de união homoafetiva.

No entanto, a militância LGBT usa de sua bandeira para fazer uso de plataforma política. Talvez o exemplo mais emblemático de que o conceito de homofobia foi deturpado em sua origem esteja representado neste episódio em que Clodovil é ele mesmo acusado de praticar homofobia única e exclusivamente por discordar de seus pares. Assim, basta discordar da opinião daquele que representa a voz dos homossexuais para ser taxado de homofóbico, ainda que quem discorde não seja homofóbico.

Este método de carimbar um rótulo pejorativo no adversário para fazê-lo sentir vergonha de suas opiniões é amplamente utilizado por partidos de esquerda. O expediente consiste em lançar uma acusação (com fundamento ou não, isso pouco importa na guerra política) e criar situações de conflito que dividam a base de apoio. Pode-se facilmente identificar esta rotina quando a acusação ocorre em termos como racista, machista, homofóbico, fascista ou nazista etc.

Em mais um exemplo de uso indevido do termo homofobia vemos o ativista gay Márcio Retamero proferindo um discurso de ódio contra cristãos (o que em si configura crime por vilipendiar crença alheia) enquanto posa de vítima.

A relação fisiológica entre partidos políticos e movimentos LGBT fica evidente na atuação do deputado federal Jean Wyllys enquanto método político. Essa associação rende as ONGs repasse de verba pública que como vimos não será usada em benefício dos homossexuais.

A lista de exemplos é interminável e uma simples visita ao blog Contra a discriminação por orientação sexual bastaria para identificar as fraudes destes grupos de militância LGBT.

Em Campinas o vereador que utiliza deste expediente torpe de angariar votos para o seu partido é o Carlão do PT. No fim de Agosto a Câmara Municipal abrigou o evento que discutiu a criação de Programa de Acessibilidade e Segurança para LGBTs.

Alegar que estão agindo pelo bem de uma minoria perseguida é desrespeitar a inteligência dos homossexuais e rebaixá-los ao mesmo padrão de moralidade de políticos intelectualmente desonestos. Que militantes assumidamente homossexuais se prestem a esse papel é algo absolutamente lamentável e injusto com todos os demais que querem levar a sua vida íntima entre quatro paredes sem a interferência de sociedade.